A iniciativa foi criada a partir de estudos que indicavam o papel do BPC na superação da pobreza e extrema pobreza de famílias em todo o país, assim como o tamanho da demanda reprimida, ou seja, idosos elegíveis que não recebem o BPC. Em janeiro de 2022, a demanda a descoberto do BPC no país era de 729 mil idosos, segundo análise de microdados não identificados do Cadastro Único tabulados pelo TABCAD. Uma análise adicional sobre a base de dados de concessões do INSS, no portal de Dados Abertos do Dataprev, permitiu verificar que a idade média de concessão do BPC em 2021 foi de 67,30 anos. Nesse cenário, a burocracia, aliada a falta de acompanhamento técnico, provoca a perda de 2 anos em benefícios para o idoso. Este permanece, em média, por mais de 2 anos em situação de vulnerabilidade social, enquanto aguarda a concessão do benefício.

       Ao analisar as bases de dados de indeferimento do BPC, também identificamos que aproximadamente 50% das negativas do INSS são resultadas da falta de acompanhamento técnico aos idosos. Diante desta situação, era necessário a oferta de acompanhamento aos idosos elegíveis vulnerabilizados pela pobreza e extrema pobreza.

     O Instituto ObservaSUAS através do Projeto Cidadania criou escritórios sociais na região metropolitana do Rio de Janeiro (Nova Iguaçu, Rio de Janeiro - Zona Norte, Rio de Janeiro -Zona Oeste, Duque de Caxias, São Gonçalo) e na cidade de São Paulo. Os escritórios sociais são formados por psicólogos, assistentes sociais, advogados, equipe administrativa e outros profissionais com experiência em projetos sociais. Desde o início, em 2017, cerca de 930 idosos receberam o BPC a partir de acompanhamento direto dos escritórios. Ao todo, são 12 profissionais, 4 celetistas e 8 voluntários, que se dividem entre as unidades.

       Desde 2021, a equipe passou a utilizar a estrutura do Workspace para gerenciar desde os atendimentos até a comunicação entre os profissionais. O Workspace substituiu o Evernote, que era utilizado desde 2017. Os serviços oferecidos pelos escritórios sociais são gratuitos, as atividades são mantidas a partir de doações. O projeto é aberto a idosos com mais de 65 anos, vulnerabilizados pela pobreza que não dispõem de renda formal.

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