Instituto ObservaSUAS
ObservaSUAS é um neologismo criado pela composição de uma palavra e uma sigla, Observatório e SUAS. Este último refere-se ao Sistema Único de Assistência Social, esse sistema é o modelo de gestão utilizado no Brasil para operacionalizar as ações de assistência social, assim como o Sistema Único de Saúde - SUS é pela política de saúde. É no SUAS que encontramos os Centros de Referência de Assistência Social - CRAS, os Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS, Unidades de Acolhimento Institucional, entre outros equipamentos.
O SUAS também é composto pela sociedade civil organizada, são as entidades do Terceiro Setor com atividades preponderantes ou não no campo da Assistência Social, elas têm um papel não apenas histórico na constituição da Assistência Social como política de Estado, mas também atual no cuidado socioassitencial. Quanto mais forte for a sociedade civil organizada, mais forte será o SUAS.
Sobre uma dimensão objetiva quanto aos atores envolvidos, pode-se elaborar que o SUAS é formado por órgão públicos, entidades do terceiro setor, trabalhadores e usuários dos serviços. O Instituto ObservaSUAS é fruto do encontro de pessoas que executaram todos esses papéis. Fomos usuários dos serviços, quando nós ou nossos pais foram beneficiários de algum programa de transferência de renda, como o Bolsa Família. Nos formamos e tornamo-nos profissionais trabalhadores de Assistência Social. Atuamos no serviço público, alguns na proteção social básica, outros na proteção social especial, seja na gestão ou nos atendimentos. E finalmente, numa experiência no terceiro setor, com um projeto chamado Casas da Cidadania, nos encontramos. Essa trajetória permitiu criar uma entidade do terceiro setor capaz de produzir um olhar sobre o problema a ser tratado a partir de diferentes vertentes, somos solucionadores de problemas.
O ObservaSUAS iniciou suas atividades com a constituição de um fundo próprio, proveniente de um doador-anjo, e estabeleceu como objetivo inicial a prestação de suporte às gestões locais do SUAS através de ciência de dados e no desenvolvimento de projetos de impacto sobre pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social. Destacam-se o desenvolvimento de escritórios sociais para suporte a projetos sociais em diferentes cidades; e o Projeto Cidadania, que recentemente foi ampliado para Iniciativa Observa65, executado com recursos próprios.
Como o próprio nome diz, a proposta de ser um observatório permitiu que a instituição desenvolvesse diferentes Big Datas, inclusive permitindo análise de série históricas. O nome dessa atividade é Data Mining, este é o processo de explorar dados à procura de padrões consistentes, como regras de associação ou sequências temporais, para detectar relacionamentos sistemáticos entre variáveis, detectando assim novos subconjuntos de dados. Atualmente, a instituição armazena aproximadamente 20 terabytes de dados em nuvem, todos com origem nos portais da transparência dos governos federal, estadual e municipal e de diferentes sistemas de informação de acesso livre, respeitando todas as normas da atual Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD. Com o retrocesso na área de transparência pública nos últimos anos, essa atividade vem se desenvolvendo para um futuro programa de Curadoria de Dados.
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Missão
Desenvolver projetos sustentáveis e inovadores no âmbito da assistência social, utilizando as melhores práticas em gerenciamento de projetos, instrumentalizado pela gestão do conhecimento e ciência de dados.
Visão
Ser reconhecida como a melhor Instituição desenvolvedora de Projetos de Assistência Social do Brasil.
Valores
Inovação e Colaboração; Credibilidade Institucional; Respeito à diversidade e ao cuidado; Responsabilidade na segurança de dados; Promoção da garantia de direitos; Aperfeiçoamento técnico permanente dos colaboradores; Combate à pobreza multidimensional.
Casas da Cidadania
A semente do ObservaSUAS foi um
projeto na cidade do Rio de Janeiro chamado
Casas da Cidadania conveniado à prefeitura da cidade.
Eram duas unidades, uma no bairro do Tanque, que ficava na
entrada da comunidade do Jordão, e a outra em Curicica, próximo a comunidade da Vila Sapê. O projeto era gerenciado por uma instituição social com histórico em atividades de esporte e lazer.
Cada Casa da Cidadania tinha 1 psicólogo, 1 assistente social, 1 advogado e 10 agentes de cidadania, além da equipe administrativa e coordenação. Nos seus primeiros meses o projeto não teve o impacto esperado, um dos motivos era que a instituição executora tinha pouca experiência em políticas públicas de Assistência Social. Para reverter a situação, a equipe técnica das unidades foi encarregada de gerenciar e coordenar as Casas da Cidadania.
A partir de então, as Casas passaram a desenvolver diferentes projetos subsidiários, os agentes de cidadania passaram a desenvolver atividades de convivência familiar e comunitária, assim como estratégias de busca ativa em territórios vulnerabilizados pela pobreza. Foi desenvolvido um sistema de informação próprio para tabular todos os dados coletados pela equipe e implementar as melhores estratégias de intervenção, era o início do uso da ciência de dados
pela equipe.
Foram realizadas visitas institucionais e parcerias em diferentes instituições públicas e privadas na região. Cada Casa da Cidadania chegou a atender mais de 5 mil famílias e indivíduos por mês, desde atividades de acesso à documentação básica até casos de institucionalização de idosos vítimas de violência. As Casas da Cidadania viraram referência nos territórios que atuavam, passando a funcionar como
porta de entrada para demandas de assistência social.
O projeto foi encerrado no
início de 2017, por motivos políticos, pois o novo prefeito eleito não manteve os convênios realizados pelo administrador anterior.
Contudo, a experiência de sucesso ficou marcada para alguns colaboradores, estes reuniram-se e criaram o Instituto ObservaSUAS como uma instituição do Terceiro Setor, com o objetivo de manter alguns projetos que eram executados pelas Casas da Cidadania e principalmente para desenvolver novos projetos e programas no âmbito da Assistência Social.
